Após o retorno à Pátria, Macau tornou-se uma das regiões administrativas locais sob a jurisdição da China, reintegrando-se no sistema de governação nacional, com a Constituição e a Lei Básica a constituírem a ordem constitucional da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM). Embora em Macau se apliquem os princípios “um país, dois sistemas”, “Macau governado pelas suas gentes” e “alto grau de autonomia”, é o Governo Central que detém o poder pleno de governação sobre a RAEM. De modo geral, desde a data do retorno, a RAEM tem vindo a integrar-se no desenvolvimento do país. Este artigo analisa e revê os caminhos para a integração de Macau no desenvolvimento global do país, principalmente os que se prendem com o regime, as indústrias, o bem-estar da população e a cultura. No que diz respeito ao regime, “um país, dois sistemas” tornou-se um conteúdo fundamental e parte integrante do socialismo com características chinesas na nova era, tendo-se o regime da região administrativa especial consolidado como uma parte essencial do sistema nacional. Quanto às indústrias, Macau integra-se no sistema industrial nacional, aproveitando, em especial, as vantagens da indústria do turismo e explorando as potencialidades de desenvolvimento nas áreas de ciência e tecnologia, medicina tradicional chinesa, finanças modernas, comércio, convenções e exposições, entre outras. Relativamente à cultura, Macau tem como cultura predominante a sua específica cultura chinesa, que, ao combinar a coexistência das culturas chinesa e ocidental, enriquece a inclusividade da cultura chinesa. No âmbito do bem-estar da população, o país permite que os residentes de Macau participem em assuntos nacionais e garante que aqueles, deles, que estejam a viver no Interior da China usufruam de benefícios sociais equivalentes aos dos restantes residentes do Interior da China, em termos de emprego, aposentadoria e cuidados de saúde.

No contexto da construção da “Grande Baía digital”, o fluxo de pessoas, mercadorias, capitais e informações entre Guangdong, Hong Kong e Macau acelerou, promovendo a integração de dados transfronteiriços. A construção da “Grande Baía digital” é um tema crucial para o desenvolvimento de alta qualidade das três regiões. A integração transfronteiriça de dados da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau refere-se ao processo de integração orgânica e à utilização maximizada dos dados de Guangdong, Hong Kong e Macau na circulação transfronteiriça. Actualmente, a partilha de dados entre Guangdong, Hong Kong e Macau encontra-se numa fase inicial, sendo que a falta de abertura e o uso inadequado dos dados públicos representam obstáculos significativos à integração de dados transfronteiriços. Para mitigar estas dificuldades, podem ser promovidas três estratégias principais: Primeira: incentivar a legislação através da elaboração de uma lei modelo sobre a integração de dados e utilização de dados da Grande Baía; Segunda: reforçar a execução da lei administrativa por meio de criação de mecanismos no âmbito da partilha transfronteiriça de dados e da coordenação de dados públicos da Grande Baía; Terceira: estabelecer mecanismos de resolução de litígios, através da criação de um sistema de reclamações sobre a qualidade dos dados e da uniformização do sistema de queixas referentes a conflitos de dados na Grande Baía.

A Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, como uma componente importante da estratégia nacional, oferece um palco muito amplo para a juventude. Este artigo explora, através da análise SWOT, as vantagens, desvantagens, oportunidades e ameaças da integração da juventude de Macau nas cidades da Grande Baía do Interior da China, com o intuito de desenvolver estratégias para a elaboração de políticas. São abordadas as características da juventude de Macau, as medidas de apoio político relevantes, a economia e o sistema da Grande Baía, bem como o ambiente cultural e social. O artigo defende que a integração da juventude de Macau nas cidades da Grande Baía do Interior da China deve ser liderada pelo Governo, que deve estabelecer um mecanismo de apoio abrangente, fomentar o sentido de identidade dos residentes da Grande Baía e orientar o desenvolvimento simultâneo da política de quadros qualificados com a integração do ensino superior. Além disso, é fundamental reforçar a consciência da juventude em relação à inovação e ao empreendedorismo, e criar um sistema de monitorização dinâmico, assim como uma plataforma electrónica interligada para a juventude da Grande Baía. Por outro lado, a juventude deve encontrar um equilíbrio no seu desenvolvimento, conciliando a busca por pontos comuns com a preservação das diferenças e integrando o seu planeamento de carreira no desenvolvimento nacional. Através dos esforços conjuntos do Governo, da sociedade e da juventude, será possível reunir uma aliança mais forte para a integração de Macau no desenvolvimento global do país.

A política de habitação pública tem sido um importante tema social, económico e político que os governos de muitos países e regiões têm de enfrentar, pois esta política está relacionada com as necessidades de habitação da população, a estabilidade social e o reconhecimento da governação. Neste aspecto, a política de habitação pública de Singapura (flat) é frequentemente considerada, por outros países, um exemplo de sucesso. Devido a diversos factores históricos, o processo da elaboração dessa política foi orientado por objectivos políticos, como a manutenção da estabilidade do poder político. Sem dúvida, essa política de habitação resultou também num longo período de estabilidade social, rápido desenvolvimento económico e reconhecimento da governação. Actualmente, Macau enfrenta um ambiente político e económico complexo, tanto a nível interno como externo, confirmando a necessidade de defender a segurança nacional. Por esta razão, ao elaborar a política de habitação pública, o Governo da RAEM deve tomar como referência a política de Singapura, com o objectivo principal de, assim, melhor concretizar os objectivos políticos. No contexto do retorno de Macau à Pátria e da integração activa no desenvolvimento do país, estes objectivos políticos devem incluir a consolidação da identidade dos residentes de Macau em relação aos compatriotas, a salvaguarda da estabilidade social e o apoio à governação do Governo da RAEM.

Para uma cidade como Macau, onde o turismo é um sector primordial, as instalações sanitárias públicas não são apenas um símbolo da civilização urbana, mas também um dos factores cruciais na avaliação da imagem geral, da cidade, pelos turistas. O plano da optimização das instalações sanitárias públicas de Macau está a ser implementado de forma contínua. No entanto, devido à escassez de estudos relacionados, este plano requer pesquisas mais abundantes que possam servir de orientação, assegurando a continuidade do seu progresso. Assim, com base no esboço de investigação da hierarquia das necessidades de Maslow, este artigo realizou, através da observação no local, uma pesquisa sobre 50 instalações sanitárias públicas em Macau, com o objectivo de recolher dados de primeira mão. A partir de quatro dimensões – orientações, ambiente higiénico, eficiência do serviço e serviços com suas características próprias –, o estado actual dos sanitários públicos de Macau foi registado e analisado por meio da visualização de dados. Adicionalmente, foram propostas recomendações para enfrentar os problemas identificados, incluindo a melhoria contínua de orientações, melhoramento dos serviços com suas características próprias e promoção da inovação tecnológica para aumentar a eficiência do serviço. O intuito é fornecer referências úteis para futuras investigações sobre as instalações sanitárias públicas de Macau, contribuindo para o avanço do plano de optimização das instalações sanitárias da cidade.

Considerando a importância do tema respeitante aos conflitos entre trabalho e família dos trabalhadores dos serviços públicos, assim como a escassez de investigação na área, este artigo procura, através de uma pesquisa, compreender conflitos existentes entre o trabalho e a família dos trabalhadores dos serviços públicos em Macau. Além disso, analisa os factores que influenciam estes conflitos e as medidas de mitigação, abordando aspectos como género e valores familiares, comportamentos no trabalho, auto-eficácia e apoio da rede social. Os resultados revelaram que uma pequena parte dos trabalhadores dos serviços públicos enfrenta conflitos entre trabalho e família. Cerca de 30% acredita que o trabalho afecta a família, enquanto aproximadamente 10% considera que a família afecta o trabalho. As mulheres sentem um impacto do trabalho na família ligeiramente maior do que os homens, apresentando um grau médio de afectação. Já no que diz respeito ao impacto da família no trabalho, homens e mulheres mostram resultados semelhantes, apresentando um grau mais baixo de afectação. O estudo também concluiu que preconceitos de género e valores familiares podem aumentar os conflitos entre trabalho e família para ambos os sexos. Além disso, o uso de dispositivos de comunicação durante e após o horário de trabalho também afecta esses conflitos, embora os efeitos variem entre homens e mulheres. Entre os diversos factores, a capacidade de equilibrar o trabalho e a família tem o maior impacto na redução dos conflitos entre o trabalho e a família para ambos os sexos, enquanto o apoio da rede social é especialmente benéfico para a redução dos conflitos das mulheres.Com base nesses resultados, o estudo propõe que os serviços não só adoptem um modelo de gestão flexível e orientado para os ciclos de vida dos trabalhadores, oferecendo-lhes apoio psicológico e formação sobre equilíbrio entre trabalho e família, como reforcem a integração de género e desenvolvam legislação contra as discriminações relacionadas com funções familiares e de género.

Com a introdução da ideia de governação social baseada na colaboração, participação e interesses comuns, as associações, como entidades fundamentais da governação comunitária, desempenham um papel crucial no fortalecimento da capacidade de governação e na melhoria da eficácia da governação comunitária. Este artigo fundamenta-se na estrutura de IAD e concentra-se na exploração dos factores que influenciam a eficácia da participação das associações na governação comunitária, analisando duas categorias de variáveis externas: o ambiente institucional e os atributos comunitários. Foi desenvolvido um quadro teórico para interpretar a eficácia da participação associativa na governação comunitária. Com base nos dados de um questionário sobre a realidade social de Macau, foi aplicada uma análise empírica utilizando um modelo de regressão linear múltipla. O estudo revelou que as políticas de incentivo e o apoio do Governo, na dimensão do ambiente institucional, têm um impacto positivo significativo na eficácia da governação comunitária. Além disso, o sistema de supervisão exerce uma influência positiva sobre a eficácia da prestação de serviços públicos na governação comunitária. Na dimensão dos atributos comunitários, a tradição cultural e o reconhecimento social também demonstraram ter uma influência positiva e significativa na eficácia da governação comunitária. Assim, tanto o ambiente institucional como os atributos comunitários são variáveis explicativas da eficácia da participação associativa na governação comunitária, favorecendo uma participação mais eficaz das associações e o fortalecimento da sua capacidade e influência na governação. Por fim, foram formuladas as respectivas recomendações políticas.